O Alzheimer em si, é considerado um tipo de demência. Mas não existe só um tipo, portanto, essa é a diferença. O idoso que é acometido pela demência possui suas funções gerais prejudicadas (afetando funções cognitivas e comportamentais), já o indivíduo com o Alzheimer sofre com a perda gradual da sua memória, que afetam pouco a pouco suas condições de vida.
Desmistificando os termos: Alzheimer vs. Demência
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo, que afeta gradativamente as funções cognitivas, e é caracterizado pela morte das células do cérebro.
O processo da doença se dá quando ocorrem erros no processamento de certas proteínas do sistema nervoso central. Com isso, surgem fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios.
Dessa forma, ocorre a morte de neurônios em regiões do cérebro, como o hipocampo, que tem como função controlar a memória, e o córtex cerebral, fundamental no controle da linguagem, raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento. Assim, ocorre o comprometimento da capacidade mental, prejudicando, por exemplo, a memória, a fala e a realização de atividades do dia a dia.
Esta é uma das doenças mais comuns na terceira idade. Isso porque após os 65 anos os riscos de ter Alzheimer dobram a cada dois anos. Atualmente, estima-se que 11% das pessoas com 65 anos apresentam os sintomas, ao passo que, com 85 anos, esta parcela sobe para um terço dos idosos.
Embora seja rara a manifestação da doença do Alzheimer em pessoas jovens, fatores genéticos, histórico de traumas cranianos e hipertensão arterial podem aumentar a probabilidade. Com isso, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.
A demência é caracterizada pela diminuição geral de atividades e habilidades comuns, como memória, linguagem e raciocínio. É uma doença que interfere nas atividades normais do idoso e seus relacionamentos. Os principais indícios de uma pessoa com demência é a baixa capacidade de lembrar das coisas, perda de habilidades que eram habituais e a incapacidade de lembrar de coisas normais do dia a dia.
Às vezes, podem não reconhecer familiares ou amigos e podem apresentar comportamento agitado. Apesar de ser mais frequente em idosos, demência não é uma consequência normal do envelhecimento.
Os sintomas específicos do Alzheimer e Demência: o que observar
Comumente, o primeiro sintoma do Alzheimer é a perda de memória recente. Com o progresso da doença, outros sintomas vão aparecendo (perda de memória remota, irritabilidade, falhas na linguagem, dificuldade de se orientar no espaço e no tempo).
A evolução da doença do Alzheimer é lenta e apresenta três estágios: leve, moderado e avançado. Entretanto, a detecção dessas fases pode ser bastante difícil, uma vez que suas características podem se sobrepor.
De todo modo, alguns principais sintomas do Alzheimer são a alteração na memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais. Já em estágio moderado o doente pode apresentar dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos, dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, além de agitação e insônia.
Na forma mais avançada e, até mesmo terminal da doença, o idoso pode apresentar resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, restrição ao leito, dor à deglutição, mutismo e infecções.
Diferente da Doença de Alzheimer, a demência é caracterizada pela perda ou comprometimento de funções cognitivas e memória episódica. Ela se caracteriza principalmente pela confusão mental, perda da capacidade de resolver problemas, comportamento agitado ou alucinações, perda do reconhecimento de locais familiares e perda de interesse e incapacidade de realizar as atividades habituais. O aparecimento dessa doença tão angustiante pode ocorrer por diversos fatores, mas sua causa está principalmente associada ao envelhecimento.
Abaixo listamos alguns outros sintomas que podem comprometer o idoso ao longo do tempo em que a doença se agrava sem tratamento adequado:
- Piora na função executiva;
- Memória episódica, em geral, não é prejudicada;
- Redução na velocidade de processamento das informações
- Podem haver declínios graduais, sugerindo derrames não identificados;
- Pode haver afasia, apraxia, fraqueza motora e comprometimento da sensibilidade – sinais de acidente vascular cerebral;
- Sinais neuropsiquiátricos como apatia, abulia e psicose podem estar presentes.
A importância da identificação precoce de sinais de Alzheimer e demência
Identificar os sinais iniciais da doença permite iniciar intervenções médicas e terapêuticas mais cedo, o que pode retardar o progresso da mesma e melhorar a qualidade de vida do paciente. Por ser uma condição progressiva, a identificação precoce permite que o paciente e sua família façam planos para o futuro, incluindo cuidados de longo prazo, planejamento financeiro e decisões sobre o estilo de vida.
Algumas formas de demência podem ser causadas por condições tratáveis, como deficiências nutricionais ou problemas hormonais. Por isso, quando se busca ajuda após a percepção de alguns sinais, é possível identificar a causa subjacente dos sintomas para fornecer o tratamento adequado.
À medida que a demência avança, a segurança do paciente pode ser uma preocupação, especialmente em relação a questões como a capacidade de conduzir ou gerenciar finanças. Quando os familiares entendem a relação dessa doença com outras áreas da vida do paciente, e prioriza manter a independência e qualidade de vida do mesmo, ele busca por medidas que garantam a segurança e evitem que a condição se alastre pelo organismo.
Estar atento aos sinais e identificar a doença precocemente é um passo vital na gestão dessas condições desafiadoras. Ela oferece a oportunidade de melhorar a qualidade de vida do idoso, proporcionar apoio adequado e enfrentar a doença com uma abordagem mais informada e compassiva.
Abordagens de tratamento e cuidado personalizado para Alzheimer e Demência
O tratamento e o cuidado personalizado desempenham um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com Alzheimer e outras formas de demência. Cada indivíduo é único, e as necessidades de cuidado podem variar amplamente.
Guiando a jornada: recursos e apoio para familiares de idosos com demência
Os familiares do idoso que possui essa condição já estabelecida devem ficar cientes de que o apoio e a promoção de recursos nessas situações, são imprescindíveis para trazer maior qualidade de vida e bem-estar ao paciente. Porém, a saúde mental também importa, pois aqueles que cuidam também merecem recursos e cuidado.
Por isso, pode ser reconfortante participar de grupos de apoio locais ou online específicos para familiares de pessoas com demência. É possível compartilhar experiências, obter conselhos práticos e encontrar pessoas que entendam as condições que está passando.
Um terapeuta ou conselheiro especializado em questões de cuidados com demência pode ser uma fonte valiosa de apoio emocional.
É importante também, não exitar na busca por cuidados de home-care e profissionais que permitam que você descanse e não se sobrecarregue em tarefas diárias. Isso é essencial para evitar o esgotamento mental.
Hoje a tecnologia também permite alguns recursos que podem auxiliar famílias e facilitar a comunicação e segurança com seu ente querido. É possível instalar câmeras e dispositivos pela residência a fim de cuidar e supervisionar quando alguém não estiver por perto.
Promovendo qualidade de vida: estratégias para melhorar o bem-estar dos idosos
Uma das recomendações essenciais é a calma. Isso porque, a pessoa que possui essas condições vai perdendo gradativamente a sua capacidade de movimentação. Assim, ao perceber dificuldade em realizar tarefas antes consideradas simples, o idoso poderá apresentar irritação.
Então, a fim de minimizar estes acontecimentos, o cuidador precisará dar orientações claras e simplificadas ao idoso. Aqui é importante destacar que quem cuida não deve se desgastar nem desgastar o paciente com insistências desnecessárias, visto que, algumas manias, como vestir a mesma roupa ou acessório, podem ser bastante comuns nesses pacientes.
Nestes casos, o cuidador deve elaborar suas próprias formas de seguir com seus cuidados sem estabelecer um enfrentamento junto ao idoso.
Por isso, contamos com uma equipe multidisciplinar, que oferece todo o suporte no tratamento do Alzheimer ou outros tipos doenças que envolvam demência, incluindo cuidadores treinados e especializados. A missão da Personale Saúde é oferecer todo o auxílio para que o idoso desfrute de um envelhecimento com qualidade de vida e segurança.
Por tudo isso, aqui ficam algumas dicas de cuidado para com o idoso com demência:
- Procure realizar as atividades que demandem maior desgaste nos horários em que o idoso está mais ativo;
- Mantenha fotos e outros objetos com significado positivo para o idoso espalhados pela casa;
- Aplicar medidas para diminuir a insônia (higiene do sono);
- Intercalar atividades prazerosas em meio às obrigações para a melhora do humor do idoso;
- Evitar locais barulhentos.
- O idoso deve sempre utilizar de calçados confortáveis e antiderrapantes;
- Elimine objetos pesados e utensílios cortantes do ambiente;
- Tome cuidado com a temperatura da água para o banho;
- Estabeleça horários específicos para refeições e higiene pessoal;
No tocante à qualidade do sono, em alguns momentos pode ser necessário o uso de medicações para diminuição da agitação (comum do transtorno). Por isso, é importante que quaisquer dificuldades ou alterações apresentadas sejam informadas ao médico do idoso.
O cuidado especializado nesses casos se torna imprescindível, por isso, nós mantemos à sua disposição para qualquer dúvida que possa ter referente a nossa estrutura de cuidados home care.