As consequências físicas, emocionais e comportamentais do AVC são distintas em cada pessoa, com variados níveis de complexidade. Quer saber os cuidados necessários para idosos após o AVC? Continue lendo.

O acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC, atua interrompendo a chegada do oxigênio ao tecido cerebral de alguma das áreas do cérebro. Este distúrbio possui maior incidência em indivíduos idosos.


A jornada da recuperação: superando os desafios físicos e emocionais pós-AVC

Assim, existem dois tipos de AVC:

  • Isquêmico: com maior taxa de incidência, mais de 80% dos casos, é caracterizado pela obstrução de um vaso, resultando em necrose do tecido cerebral.
  • Hemorrágico: popularmente conhecido como “derrame”, é o tipo menos comum, e ocorre quando há o rompimento de um vaso que leva sangue ao cérebro, provocando uma hemorragia.

O Acidente Vascular cerebral pode trazer consequências que consistem em um nível de deficiência de moderado a grave. Todavia, outros tipos de sequelas, geralmente tidas como menos importantes, precisam do mesmo nível de atenção. Essas são as alterações emocionais e comportamentais.

Vale destacar que cada pessoa que sofreu o AVC terá o seu próprio processo, que é único, como uma impressão digital. Isto é, o resultado da interação entre o cérebro e o corpo é único e irá determinar o tipo de comprometimento do idoso com AVC.

A reabilitação após o AVC irá envolver desafios físicos, cognitivos e emocionais. As sequelas emocionais poderão variar ao longo do tempo, ou seja, a reação imediata após o AVC pode não ser a mesma de algumas semanas depois.

Algumas pessoas se mostram extremamente tristes pela possível perda da vida que conheceram anteriormente. Por outro lado, outras podem ficar mais alegres. Essas reações podem ser determinadas pelas alterações biológicas e psicológicas resultantes do AVC.

As sequelas emocionais do AVC podem ser variadas e bastante intensas. O riso e choro patológico, por exemplo, farão com que o doente apresente mais dificuldade em controlar o seu humor e as suas emoções.

Com isso, pode chorar mais ou sem razão aparente e no momento a seguir começar a rir.  Esses comportamentos são desproporcionais ou até inadequados ao contexto. Além disso, pode ser que o idoso passe a falar mais palavrões, quando antes não o fazia.

Problemas de ansiedade e depressão também são comuns após um AVC. Isto é, os sintomas da ansiedade são muito frequentes devido ao próprio dano cerebral.

Porém, como essa doença envolve uma perda de capacidade, de funcionalidade, que pode desencadear em um processo de luto, o paciente pode apresentar também sintomas de depressão. No guarda-chuva dos sintomas de ansiedade e depressão entram a reação catastrófica, apatia, irritabilidade e agressividade e a indiferença emocional.

O pós-AVC também pode ser seguido de uma fadiga intensa, mediante o mínimo de esforço mental ou físico. Com isso, o idoso poderá ter dificuldades para iniciar tarefas que demandem o menor esforço que seja.

Na esfera comportamental, o paciente poderá apresentar infantilidade, em termos de irresponsabilidade e ingenuidade. O egocentrismo também é muito comum nesses pacientes e implica incapacidade de se colocar no lugar dos outros.

Existem vários tipos de intervenções que podem ajudar a lidar com as alterações emocionais no pós-AVC. Uma delas é o tratamento medicamentoso, com antidepressivos, por exemplo, que interferem com os neurotransmissores que estão em falta no cérebro e melhoram o humor.

Entretanto, é preciso ressaltar que a medicação não consiste em uma cura dos problemas emocionais, mas ajuda a amenizar os efeitos. Além do mais, cada paciente terá uma resposta diferente ao tratamento com remédios, podendo apresentar efeitos secundários.

Os relacionamentos interpessoais são um aspecto importante na reabilitação do idoso após o AVC. Assim, conversar com amigos e familiares, com o cônjuge e com os cuidadores fará muito bem.

As possibilidades de danos físicos do AVC também são diversas e irão variar em cada caso. Alguns dos exemplos são:

  • Espasticidade: se caracteriza pela rigidez muscular dos membros inferiores ou superiores, afeta cerca de 40% dos pacientes pós-AVC.
  • Hemiplegia: dificuldade em andar, deitar ou sentar ocorre devido à perda de força, de músculo e de equilíbrio de um dos lados do corpo, apresentando o braço e a perna de um dos lados do corpo paralisados.
  • Alterações na face: a face pode ficar assimétrica, podendo apresentar a boca torta, testa sem rugas e olho caído de apenas um dos lados da face.
  • Disfagia: aumento do risco de engasgamento pois a pessoa apresenta dificuldade em engolir alimentos. Por isso, será necessário adequar os alimentos oferecidos, tanto na forma quanto na quantidade.
  • Alterações na visão e audição: visão embaçada, visão dupla e diminuição do campo visual, ou até mesmo perda total da visão. A pessoa pode ouvir pior no lado afetado com sequelas do Alzheimer.
  • Dificuldade na fala: tom de voz muito baixo, não conseguindo dizer algumas palavras de forma completa ou mesmo perdendo totalmente a capacidade para falar.
  • Incontinência urinária e fecal: o idoso pode perder a sensibilidade para identificar quando está com vontade de ir ao banheiro.

De todo modo, a fim de reduzir os efeitos das sequelas deixadas pelo AVC, e recuperar algumas das funções afetadas, é fundamental que seja feito tratamento com uma equipe multidisciplinar, sob coordenação do médico fisiatra.

Contudo, mesmo após a alta hospitalar, já em casa, algumas terapias serão de extrema importância. O intuito será a recuperação da independência e mais qualidade de vida:

Dessa forma, o programa de reabilitação será estabelecido o mais precoce possível após o AVC, com intuito de minimizar os efeitos, melhorar a função motora, a autonomia, e facilitar a integração sociofamiliar e profissional.

Serão definidas metas de curto prazo, pois se entende que o processo de recuperação é contínuo e será ajustado mediante as respostas do idoso ao tratamento.


Restabelecendo a mobilidade: enfrentando as dificuldades na locomoção após um AVC

Dentre as sequelas que acometem um sobrevivente do AVC está o déficit neurológico que afeta o sistema motor, com variáveis graus de incapacidade. Desse modo, o doente poderá apresentar desde quadros ligeiros até à dependência total.

A fim de diminuir os efeitos da doença e potencializar a resposta do idoso ao tratamento, será necessário disponibilizar o acompanhamento médico e terapêutico adequado.

Em fase inicial, o doente tende a passar por períodos mais prolongados no leito ou com mobilidade reduzida. Esse comportamento pode acarretar em sequelas como, por exemplo, o desenvolvimento de encurtamentos musculares, rigidez articular e de úlceras de pressão.

Essas complicações poderão ser um fator determinante de dor, de limitação nas atividades de vida diária, como realizar a higiene ou se vestir, e de incapacidade de se locomover.

Os tratamentos determinados para auxiliar na reabilitação locomotora serão:

  • Posicionamentos e medidas posturais, alternância regular de posição no leito;
  • Mobilização diária e frequente, mantendo as amplitudes articulares, estimulando a consciência corporal e do movimento;
  • Início do processo do levante progressivo na cama, transferências para o cadeirão, treinando o equilíbrio do paciente sentado, até evoluir para a posição de pé e marcha;
  • Reeducação Para atividades de vida diária;
  • Prescrição de tratamento farmacológico, de produtos de apoio e próteses;
  • Intervenção coordenada de equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, enfermeiros de reabilitação, terapeutas ocupacionais, cuidadores entre outros.

Em casos de complicações vasculares como a trombose, será indicado o tratamento farmacológico e de exercícios de mobilidade.


Lidando com as alterações na fala e comunicação após um AVC

O Acidente Vascular Cerebral abala o sistema neurológico, de modo a afetar, não somente as limitações motoras, mas também a comunicação. Assim, a Afasia é uma sequela que afetará a comunicação nas vítimas de AVC. Ela altera a capacidade de falar, ler, escrever e ouvir adequadamente.

Para o tratamento das dificuldades de comunicação e linguagem decorrentes do AVC, será preciso avaliar e caracterizar o tipo de afasia.

Vale destacar que a afasia não afeta a inteligência, mesmo que a fala do idoso apresente confusão ou algum nível de alteração. Contudo, a pessoa com afasia pode conseguir nomear as pessoas e objetos, porém, não conseguir usar a linguagem de forma funcional e contextualizada.

Existem algumas condutas que irão favorecer a comunicação com o paciente com afasia.

  • Evite ambientes muito barulhentos;
  • Não infantilize a pessoa devido à sua dificuldade de comunicação;
  • Se conscientize que cada pessoa tem sua identidade e características únicas. respeite a forma de se comunicar do idoso;
  • Respeite pacientemente o tempo de fala do idoso, sem atropelá-lo;
  • Não critique erros de linguagem, deixando a pessoa confortável para se comunicar como puder;
  • Se coloque à disposição da pessoa que sofreu o AVC, perguntando se ela quer ajuda e respeitando sua resposta.
  • Deixe sempre em locais de fácil acesso objetos auxiliares tais como, caneta, papel, mapas, calendários, fotos, etc. Isso poderá ser de grande ajuda na compreensão do doente.
  • Confirme que você entendeu a fala da pessoa.  Mas se não entender, não há problemas em assumir e tentar com paciência mais uma vez.
  • Utilize perguntas fechadas e diretas, que demandem respostas como SIM OU NÃO, por exemplo.

O impacto cognitivo do AVC em idosos: enfrentando os desafios da memória e do raciocínio

A confusão e perda de memória após um AVC são efeitos comuns em pacientes acometidos pela doença. Nessas sequelas estão incluídas dificuldade em compreender ordens simples ou reconhecer objetos, não sabendo para que servem, nem como se utilizam.

Outro ponto comum a muitos pacientes é a rigidez comportamental. Nesses casos, a pessoa não consegue lidar com mudanças de planos pré-estabelecidos. Por isso, além das abordagens já aqui descritas para a recuperação das habilidades prejudicadas, existem intervenções que focam outras áreas da cognição, também muito afetada pelo AVC.

A terapia cognitiva é frequentemente utilizada na recuperação de competências executivas, comunicativas e grafo motoras, estimulação da linguagem, leitura, escrita, estimulação das competências práticas, adaptação e interação social etc.

Além disso, os familiares e cuidadores poderão colaborar com atitudes simples que serão incluídas no cotidiano doméstico. Conversas que auxiliem o idoso a recordar histórias anteriores ao AVC podem colaborar para estimular a memória perdida.

Para traçar o plano com as modalidades de intervenção ao paciente, será feita uma avaliação que permite diagnosticar as áreas afetadas pelo AVC. Os métodos utilizados terão como objetivo recuperar as capacidades cognitivas perdidas, como a memória, atenção, orientação, velocidade de processamento de informação, as competências sociais, etc.

Na Personale Saúde, realizamos uma avaliação multidimensional para o levantamento dos cuidados necessários.


A importância do apoio dos cuidadores na reabilitação pós-AVC

Os efeitos decorrentes do Acidente Vascular Cerebral – AVC impõem grande alteração na rotina, não só do doente quanto também dos familiares. E isso pode acarretar uma sobrecarga, que será determinada pelo impacto emocional das responsabilidades do cuidado.

Porém, não precisa ser assim, pois com o suporte de um cuidador especializado, tanto o idoso quanto seus familiares estarão bem assistidos e poderão lidar melhor com as intercorrências da doença.

Nesse sentido, o cuidador será o profissional que estará inserido na rotina diária do doente, cuidando de diversos aspectos da rotina, por exemplo, a alimentação, higiene, medicação, segurança e muito mais.

O cuidador integrará a equipe multidisciplinar que prestará todo o suporte e tratamento ao idoso que passou por um AVC. Ele poderá oferecer cotidianamente os estímulos necessários para a melhora física, psicológica, social e cognitiva do paciente.


Enfrentando a solidão e a depressão: o papel dos cuidadores no suporte emocional

Sabemos que idosos que tiveram um AVC apresentam maior risco de desenvolver uma depressão grave. Isso pode ser ocasionado pelas alterações hormonais decorrentes das lesões que afetam o cérebro.

Além do que, as dificuldades em viver com as limitações impostas pela doença são outro fator propulsor para problemas na saúde mental dos idosos.

O tratamento do idoso com depressão pode unir três pilares principais. O primeiro é o acompanhamento médico, onde serão receitados remédios como antidepressivos. Já a segunda parte diz respeito às mudanças no estilo de vida do paciente, que precisa adotar alguns hábitos.

Isto é, na medida das possibilidades do paciente, ele será estimulado a realizar atividades físicas, ter mais interações sociais, manter uma alimentação saudável, por exemplo. Por fim, foram recomendadas terapias com psicólogo ou outras complementares como arteterapia, musicoterapia etc.

Infelizmente, a maioria das famílias não dispõe do tempo necessário para que possam dar a atenção e o cuidado que os idosos necessitam. Além do mais, com o acometimento pelo AVC e pela depressão, as demandas do doente só aumentam.

Por isso, o serviço de cuidadores especializados é indicado nesses casos. Pois o cuidador consegue dedicar toda a atenção e cuidados que um idoso com depressão decorrente do Acidente Vascular Cerebral precisa.

Este profissional prestará suporte emocional e social para o doente, além de auxiliar nos cuidados médicos e terapêuticos, o que irá refletir positivamente na saúde do idoso.


Home care: proporcionando assistência especializada e personalizada para idosos após um AVC

O Home Care é uma prática de cuidados que o paciente recebe da equipe multiprofissional de saúde em domicílio. Esta modalidade de cuidado consiste em inúmeros benefícios para pacientes idosos que estejam se recuperando de problemas de saúde como o AVC.

São vantagens do home care:

  • Atendimento humanizado e adequado às necessidades do paciente;
  • Maior conforto e privacidade;
  • Tranquilidade em estar em ambiente familiar e perto das pessoas que ama.

O cuidador especializado no cuidado de idosos após o AVC poderá prestar um atendimento diário ao idoso. Ele estará capacitado para agir em conformidade com o programa de reabilitação, determinado pela equipe médica.

O profissional especializado acompanhará o idoso em todas as suas atividades, e saberá como enfrentar as alterações psicológicas, físicas e comportamentais oriundas do distúrbio.

Por isso, contamos com uma equipe multidisciplinar, para o tratamento de pessoas acometidas pelo AVC, incluindo cuidadores treinados e especializados. A missão da Personale Saúde e é oferecer todo o auxílio para que o idoso desfrute de um envelhecimento com qualidade de vida e segurança.

Fale com a gente e garanta a melhor experiência em gestão de cuidadores para atendimento de Home Care em Porto Alegre e Região metropolitana.

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