O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa a perda progressiva de células e neurônios do cérebro. O paciente nessas condições tem a cognição e a memória comprometidas, o que afeta a compreensão, a atenção, o aprendizado, a linguagem e, consequentemente, o comportamento.
Acontece que a degeneração e a morte das células provocadas pelo Alzheimer ocorrem em regiões do cérebro essenciais para desempenharmos as nossas atividades com normalidade. Ou seja, devido ao fato de os pacientes com Alzheimer serem menos capazes de controlar seus estímulos, por vezes agem de forma inadequada ou disruptiva (por exemplo: gritando, se jogando, se debatendo ou errantes).
Essas ações são chamadas de transtornos comportamentais e diversos efeitos na Doença de Alzheimer contribuem para esses sintomas. E embora sejam característicos de uma pessoa com demência, geralmente são uma enorme fonte de preocupação para os familiares e cuidadores.
Dito isso, para entender como é o comportamento de uma pessoa com Alzheimer, é preciso entender também o que ocasiona esses comportamentos para lidar com a doença de uma forma saudável.
Quais são as 3 fases do Alzheimer?
Para planejar os cuidados e tratamentos adequados, os especialistas costumam dividir a doença em 3 estágios: inicial, intermediária e avançada. Mas para cada paciente os sintomas evoluem de uma maneira, por isso a divisão é apenas uma referência.
Fase inicial
No início, a doença nem sempre é percebida pelas pessoas ou pelo médico e, muitas vezes, é confundida como um sinal de velhice.
O primeiro e mais perceptível sintoma pode ser o esquecimento de eventos recentes, porque a formação de novas memórias é difícil. E, algumas vezes, é comum também afetar a personalidade, ficando emocionalmente insensíveis, deprimidas, com muito medo ou ansiedade.
No início da doença, as pessoas têm uma capacidade reduzida de usar o bom senso e pensar de forma abstrata. Os padrões da fala podem mudar um pouco, passando a utilizar palavras mais simples em vez de uma palavra específica, ou utilizar palavras de forma incorreta.
Nesta fase já é indicado procurar por cuidadores para não sobrecarregar nenhum membro da família nos cuidados diários com o doente.
Fase intermediária
Com a progressão do Alzheimer, os sintomas são identificados mais facilmente. No estágio intermediário, a pessoa fica sem memória, tem distúrbios no sono, alucinações e dificuldades na fala, além de se perder dentro e fora de casa.
Nesta fase já é indispensável a presença de cuidadores, pois o doente passa a demandar cada vez mais atenção, elevando os níveis de estresse e cansaço entre os familiares.
Também é comum passar a necessitar de ajuda para realizar tarefas simples, como se vestir. Mas permanece capaz de interagir socialmente, no entanto, pode se comportar de forma estranha – por exemplo: é comum esquecer o nome de um visitante recente e, então, suas emoções podem se alterar de forma imprevisível e rápida.
Além disso, também podemos observar que é comum o doente passar as noites acordado e com bastante agitação. Quando isso acontece, o papel do cuidador é fundamental para garantir o sono dos familiares e a segurança do doente.
Fase avançada
Conforme a doença de Alzheimer progride, as pessoas têm dificuldade de lembrar de acontecimentos passados e começam a esquecer os nomes de amigos e parentes.
Além disso, todos os sentidos de tempo e lugar são perdidos. Os pacientes nessas condições podem até se perder em seu caminho para o banheiro em casa – e essa confusão crescente os coloca em risco de um ato errante e queda.
Na fase avançada, as alterações de personalidade e comportamento se tornam mais aparentes, podendo se comportar com agitação, irritabilidade, hostilidade e agressão física – justamente pela perda da memória que os deixam confusos.
Importante destacar que, com o declínio das funções neurocognitivas, o doente perde a capacidade para uma nutrição adequada. Quando isso acontece, a presença de um técnico de enfermagem e o acompanhamento com enfermeiro são indispensáveis para a saúde do paciente.
Por fim, as pessoas com a doença de Alzheimer não podem andar ou cuidar de suas necessidades pessoais. Podem ficar incontinentes e incapazes de engolir, comer ou falar, e sua memória é completamente perdida.
Na Personale, são mais de 300 pacientes atendidos e mais de 800.000 horas de atendimento com Alzheimer. Nossa atuação tem foco no cuidado humanizado, estimulando a autonomia dos pacientes com respeito às suas necessidades e capacidades.
Qual a idade que começa o Alzheimer?
A idade é o principal fator de risco. Verifica-se que a incidência e a prevalência da doença de Alzheimer duplicam a cada 5 anos após os 70 anos, sendo que 80% dos pacientes têm mais de 75 anos.
Quando a doença tem início antes dos 65 anos, designa-se de doença de Alzheimer de início precoce e corresponde apenas 5 a 6% de todos os casos. Estima-se, também, que o número de indivíduos com DA poderá triplicar em 2050, devido ao aumento da sobrevida da população.
Como é o comportamento de uma pessoa com Alzheimer?
Uma vez que a doença se inicia de forma lenta e em curto prazo, a perda da memória – principalmente a mais recente – é a primeira alteração de comportamento, junto a dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço e sinais de depressão, agressividade e perda de iniciativa e motivação.
Em função disso, é bastante comum não se lembrarem do que lhes foi dito e nem do que fizeram. Repetem as perguntas e as conversas, solicitam atenção constante ou pedem coisas que já receberam (como comida) e podem ficar agitadas e chateadas quando não recebem o que pedem.
Nas fases mais avançadas da doença, os pacientes vão ficando progressivamente dependentes e com necessidade de apoio nas suas atividades básicas, podendo não reconhecer os familiares e apresentar reações exaltadas e desajustadas. Mas se um determinado comportamento é considerado perturbador, isso depende de muitos fatores – incluindo o quanto a família e ocuidador são tolerantes e qual a situação em que o paciente está passando.
Contudo, conforme o Alzheimer vai evoluindo, as “regras comportamentais” são esquecidas e o paciente tende, cada vez mais, a agir de forma socialmente inadequada. Por exemplo: quando estiver calor, podem se despir em público; quando têm impulsos sexuais, podem se masturbar em público, usar linguagem vulgar ou obscena ou fazer exigências sexuais.
Quem tem Alzheimer sente tontura?
Nas fases moderada e avançada, o paciente pode ter tontura, sonolência, cefaléia e constipação – que surgem tanto como sintoma da demência, como efeito colateral de alguma medicação.
Quem tem Alzheimer pode ter convulsão?
As pessoas com doença de Alzheimer podem ter qualquer tipo de convulsão, e existem diferentes tratamentos e medicamentos para impedir a recorrência das crises epilépticas nos pacientes – sendo necessário uma série de exames para avaliar a eficácia e a tolerabilidade dos tratamentos para epilepsia em pessoas com DA.
Quem tem Alzheimer tem tremedeira?
Com o agravamento das alterações neurológicas, a rigidez aumenta consideravelmente e os movimentos ficam limitados. Por isso, assim como as convulsões, o aparecimento de tremores e de movimentos involuntários também podem ocorrer – principalmente a partir das fases intermediária e avançada.
Quem tem Alzheimer tem medo?
O medo é um sintoma comum em todas as etapas do Alzheimer. Na fase inicial, é comum que o paciente desenvolva depressão e, com isso, tenha maior ansiedade, irritabilidade, frustração e medo.
Nas fases mais avançadas, o medo pode surgir com a perda da memória e as possíveis alucinações, delírios ou transtornos de personalidade. Além disso, o medo de ser roubado é outra experiência comum – por exemplo: a pessoa pode querer guardar algo precioso e esquecer-se onde guardou o objeto, então passa a culpar outras pessoas de o terem roubado.
Quem tem Alzheimer tem alucinação?
Em algum estágio da doença, é comum o paciente desenvolver psicose (alucinações, delírios ou paranoia). Em função disso, alucinações visuais (ver o que não existe) ou auditivas (ouvir vozes) podem ocorrer, sendo mais comuns da metade para o final do dia.
Acontece que, frequentemente, muitas pessoas com a doença de Alzheimer também têm insônia e, em função disso, ficam confusas sobre o dia e a noite, o que pode intensificar as alucinações.
O que fazer para acalmar a pessoa que tem Alzheimer?
Como dito acima, as mudanças de comportamento podem ocorrer muito rapidamente, fazendo com que os familiares e os cuidadores se sintam assustados. Mas é importante lembrar sempre que o comportamento não é deliberado, ou seja, a raiva e a agressividade são geralmente dirigidas contra os familiares e cuidadores porque estes estão mais próximos.
O comportamento está fora do controle da pessoa e esta pode ficar bastante assustada por isso. Mesmo que não aparente ou que seja difícil, a pessoa precisa ser tranquilizada.
O que tentar
- Criar um ambiente tranquilo e sem estresse, no qual o paciente possa estabelecer uma rotina, pode ajudar a evitar alguns comportamentos difíceis;
- Manter o ambiente familiar – uma vez que as pessoas com demência podem ficar perturbadas se estiverem numa situação estranha ou num grupo de pessoas desconhecidas, onde se sintam confusas e com incapacidade de comunicar;
- Se um comportamento se tornar difícil, é melhor não tentar qualquer forma de contato físico, tal como conter a pessoa, afastá-la do local ou aproximar-se por trás;
- Tente não levar o comportamento de forma pessoal, a ponto de se sentir provocado;
- Tente não levantar a voz. Fale de forma devagar em um tom calmo e tranquilizante;
- Não castigue a pessoa, pois ela não se lembrará do acontecimento e, portanto, também será incapaz de aprender com ele;
- Manter um diálogo simples e claro também pode ajudar. Explique o que vai acontecer com frases curtas e objetivas, tais como “eu vou ajudá-lo a tirar o casaco”. Isto pode evitar que a pessoa tenha a sensação de ser atacada e de manifestar agressividade como uma resposta de autodefesa;
As dificuldades enfrentadas pelos familiares que cuidam
Diante disso, as famílias que enfrentam a situação sem o acompanhamento de um cuidador profissional encontram ainda mais dificuldade para lidar com o idoso e a demência – principalmente com os transtornos comportamentais, que podem incluir agressão física ou verbal, alterações no sono e agitação que não deixam o familiar dormir, dentre outras diversas reações exaltadas.
Além disso, a família precisa encontrar formas de enfrentar tais mudanças e, ao mesmo tempo, assistir a situação do paciente comparando com os tempos anteriores à doença – o que também é um processo doloroso na maioria das vezes.
Nesse cenário, o cuidador de idosos vem se destacando cada vez mais e se tornando um profissional essencial no tratamento de pacientes com Alzheimer, uma vez que este auxilia a manter e organizar uma rotina para o idoso, garantir companhia e acompanhamento diário, proporcionar lazer e outras atividades que sejam importantes para o bem-estar e a saúde como um todo.
Tudo isso promovendo, também, bem-estar aos familiares que enfrentam a difícil missão de ver aqueles que amam desenvolverem a doença de Alzheimer – a partir de uma abordagem profissional e que contempla inúmeras necessidades.
Empresas de Home Care especializadas
Para finalizar, a Personale Saúde, ao longo de nossa história, conseguiu observar as dificuldades das famílias em lidar com a doença. Observando, também, que manter o paciente em casa, ao invés de uma clínica, minimiza seu sofrimento e faz com que se sinta mais seguro.
A nossa equipe de cuidadores vêm, então, desempenhando um papel fundamental na promoção do bem-estar e melhoria da qualidade de vida, tanto desse paciente quanto de seus familiares. Pois o Alzheimer, em seu estágio mais avançado, inevitavelmente necessita de um profissional especializado.
Além dos cuidadores, nossa equipe multidisciplinar conta com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, dentistas e outros especialistas para garantir o melhor cuidado com o doente no conforto de casa, próximo da família.
Na Personale, são mais de 300 pacientes atendidos e mais de 800.000 horas de atendimento com Alzheimer. Nossa atuação tem foco no cuidado humanizado, estimulando a autonomia dos pacientes com respeito às suas necessidades e capacidades.