Mulheres negras  frequentemente assumem responsabilidades desproporcionais no cuidado com os membros da família, incluindo crianças, idosos e doentes, além de gerenciarem tarefas domésticas. Isso pode resultar em impactos negativos na qualidade de vida, gerando estresse, exaustão e limitando as oportunidades de trabalho e desenvolvimento pessoal.

Os cuidadores desempenham um papel fundamental em amenizar essa sobrecarga e melhorar a qualidade de vida das famílias. Com suporte especializado e dedicado, esses profissionais ajudam a compartilhar as responsabilidades de cuidado, permitindo que as mulheres tenham mais tempo para suas carreiras, educação, lazer e autocuidado.


Compreendendo a divisão de afazeres domésticos: Um olhar sobre mulheres negras 

No Brasil, as mulheres negras carregam um peso desproporcional de responsabilidades domésticas e de cuidado, resultando em uma sobrecarga significativa de trabalho. Dificuldades e barreiras estruturais, sociais e econômicas são enfrentadas, o que as colocam em desvantagem em relação à divisão equitativa de afazeres domésticos. 

Muitas vezes enfrentam condições de trabalho desfavoráveis, salários mais baixos e menor acesso a oportunidades educacionais e de emprego, intensificando ainda mais o aumento de tarefas domésticas e cuidado. 

Além disso, também é importante relatar que a interseccionalidade de gênero e raça coloca as mulheres negras em uma posição ainda mais vulnerável, sujeitas a múltiplas formas de discriminação e desigualdade. Elas frequentemente são forçadas a lidar com as consequências de um sistema social que perpetua estereótipos de gênero e raciais, influenciando diretamente a distribuição desigual de afazeres domésticos e responsabilidades de cuidado.

Para estancar isso tudo, é necessária uma divisão mais justa e igualitária de afazeres domésticos, sendo necessário um esforço coletivo para combater os preconceitos e enraizados na sociedade, além de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, acesso à educação e empoderamento econômico para todas as mulheres, independentemente de sua raça. 


Homens com maior educação envolvem-se mais nas tarefas domésticas  

A educação pode influenciar positivamente as atitudes dos homens em relação à importância das tarefas domésticas. Apesar dessa correlação, persistem desafios para alcançar uma divisão equitativa das responsabilidades domésticas, indicando a necessidade contínua de promover a igualdade de gênero em todos os níveis educacionais e sociais.

Atribuímos às mudanças da educação dos homens com relação aos afazeres domésticos com os seguintes tópicos:

Mudanças nas percepções de gênero: Homens que se interessam pela educação e possuem uma mentalidade mais aberta tendem a se importar mais com questões de gênero. Eles são mais propensos a desafiar normas tradicionais e reconhecer a importância da igualdade nas responsabilidades domésticas.

Maior consciência da importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal: Os que possuem maior educação muitas vezes têm uma compreensão mais profunda dos benefícios do equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Eles estão mais inclinados a compartilhar as responsabilidades domésticas para permitir esse equilíbrio tanto para si mesmos quanto para seus parceiros.

Exposição a ambientes educacionais diversificados: A educação superior frequentemente expõe esses indivíduos a ambientes mais inclusivos e diversos. Isso pode influenciar positivamente suas atitudes em relação à igualdade de gênero e divisão de tarefas domésticas.


A dupla jornada das mulheres ocupadas: afazeres domésticos e apoio aos entes queridos

Segundo as estatísticas do IBGE, gerenciar afazeres domésticos e prestar cuidados consome 17 horas por semana. A jornada semanal principalmente da grande parte das mulheres brasileiras é sempre muito exaustiva. Isso porque, além de administrarem o seu próprio emprego e o trabalho doméstico, também precisam lidar com diversas outras tarefas de suporte com filhos e familiares.. 

As mulheres muitas vezes são vistas como as principais responsáveis pelas tarefas domésticas, incluindo limpeza, preparação de refeições, lavanderia, compras e organização da casa. Mesmo que elas trabalhem fora em empregos remunerados, muitas vezes acabam assumindo a maior parte ou toda a carga de trabalho doméstico.

A distribuição desigual de responsabilidades entre homens e mulheres muitas vezes é influenciada por normas sociais e culturais, onde se espera que as mesmas assumam um papel maior nos afazeres domésticos e de cuidado, mesmo quando possuem uma carreira fora de casa..

Lidar com essa dupla jornada cotidianamente,  pode levar a altos níveis de estresse, cansaço físico e mental, falta de tempo para autocuidado e contribuir para desequilíbrios entre vida pessoal e profissional. A falta de tempo, a sobrecarga e a falta de apoio facilita o surgimento de doenças como a ansiedade e a depressão, por exemplo. 

Portanto, encontrar estratégias para gerenciar eficientemente essas responsabilidades, buscar apoio quando necessário e criar um equilíbrio saudável entre cuidados, tarefas domésticas e tempo pessoal pode ser essencial para o bem-estar geral e a qualidade de vida. É importante que seja estabelecida uma rotina em que ambos sejam os protagonistas em todas as tarefas cotidianas, não deixando que a carga recaia apenas sobre uma pessoa. 

Abordar a dupla jornada das mulheres ocupadas requer não apenas a conscientização sobre esses desafios, mas também a implementação de mudanças a nível social, político e cultural. Isso pode incluir políticas de apoio à família, como licença parental remunerada, horários de trabalho flexíveis, igualdade salarial e uma distribuição mais equitativa das responsabilidades domésticas entre parceiros, para promover um equilíbrio mais saudável e igualitário entre vida pessoal e profissional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

× Fale Conosco